Acredito que deva ser o tema mais debatido na atualidade do basquete brasileiro.
O Head Coach.
O técnico principal, o líder de uma estrutura de vários técnicos competentes e trabalhadores. Todas as entidades necessitam ter um. No Brasil, eles são espécimes em extinção. E o que é pior, sem nenhuma Ong para lutar pela sobrevivência, ou memória, desses animais muito racionais que tantas glórias já proporcionaram para o nosso país.
O Técnico de basquete é aquele que recebe um plantel e o trabalha durante uma temporada, disputando todos os títulos que competir. Tenta manter um alto grau de rendimento físico, técnico e tático, estando sempre ligado nos aspectos motivacionais dos seus atletas. Quando consegue um número significante de vitórias e/ou títulos é enaltecido e, até mesmo, convidado para ser membro de comissões técnicas das seleções nacionais. Fazer parte, porque ele não é um Super-Técnico. O Super-Técnico a Confederação Brasileira tem que importar de países mais evoluídos em termos de técnicos...
O Super-Técnico de basquete é completamente diferente...
É uma função dolorosa, mas que proporciona alto grau de gratificação. O profissional tem que alto domínio de didática, pedagogia, psicologia, comunicação, marketing, fisiologia, fisioterapia, medicina esportiva, direito esportivo e... basquete.
Além de conhecer as outras modalidades esportivas.
Ele tem que ter expertise no relacionamento com os dirigentes, com a imprensa, com torcedores, com ídolos do passado, com familiares dos atletas, com a comunidade do basquete em geral, com árbitros, etc.
E tem que saber conviver com seus atletas...
Aí é que começa a pior parte. Aí é que entra a veia artística.
O Super-Técnico jamais se contenta com o atual patamar de performance do seu atleta. Pode ser a maior fera da NBA. Sempre pode melhorar!
Como mexer no comportamento de um adolescente rebelde, ou de um adulto que já tem o ego inflado?
Que a cada bronca que ele dá, corre no dirigente e faz queixa, dizendo que não aguenta mais?
Temos que agradecer muito ao Super-Técnico Bernardinho, do voleibol, que teorizou a Zona de Conforto. Hoje, a maioria já compreende que um atleta de alto rendimento, mesmo que seja campeão olímpico, não pode se situar na 'zona de conforto'.
No basquete sempre foi assim. O Super-Técnico tem que provocar o desconforto. Em todos os treinos, ele, propositalmente, trabalha o psicológico de quem lhe interessar até o limite que lhe convier. Assim, vai descobrindo reações que nem mesmo ele conhece. As reações são as mais diferentes possíveis. As vezes, determinadas reações são confundidas com indisciplina. O Super-Técnico sabe que não. Ele tem o domínio de que foi ele quem provocou.
Por isso é que certos treinamentos não pode ter platéia...
É obvio que nada disso acontece nos jogos. Todo o trabalho de desenvolvimento deve acontecer nos treinamentos. A voz do Super-Técnico fica entranhada no sub-consciente dos seus atletas.
Só que, às vezes, isso escapa do controle.
Basquete é um jogo de dominação. O Super-Técnico deseja que seus atletas só percebam a sua presença no ginásio. Ignorem o técnico adversário, a torcida adversária, a sua própria torcida, os árbitros...
Por isso é que não pode ter microfone nas pedidas de tempo...
Minha intenção, nesses textos, é escrever o mínimo possível. Mas nesse não teve como escrever menos do que isso.
Para encerrar, fica um apelo. Vamos criar uma Ong para resgatar Edvar Simões, Emanuel Bonfim, Maria Helena, Barbosa, Vendramini, Mical, Zé Boquinha e vários outros que não podem estar afastados do basquete brasileiro.Mesmo que não seja na beira das quadras, que seja formando os futuros super-técnicos.
Cláudio Mortari e Hélio Rubens não podem nem pensar em parar. Marcel tem que estar ativo.
Aonde está o Carlão? E o Marcos Sharp? o Wagnão? o Borracha? a Macau? o Ivan Sales, de MG?
Tem tanta gente...
Tenho certeza de que na hora que publicar vão vir vários nomes importantes na minha cabeça. O basquete brasileiro não pode ter a cara-de-pau de dizer que está indo bem enquanto essas pessoas estiverem fora dele.
Rubén Magnano é Super-Técnico: "Um dos melhores que já vi trabalhar" |
Ary Vidal é um dos grandes mestres do basquete brasileiro |
Antônio Carlos Barbosa é outro grande mestre do basquete brasileiro |
Demétrius tem todas as características para se tornar um Super-Técnico |
Ênio Vecchi é muito experiente e competente |
"Eu sou fã de carteirinha do Lula Ferreira" |
Miguel Ângelo é Campeão Mundial e Medalhista Olímpico. Está cada ano mais maduro e trabalhando melhor. |
Raul é uma das grandes promessas de técnico do basquete brasileiro |
"Alberto Bial tem uma enorme influência na minha forma de trabalhar. Ele é emocional e participativo. Bial vai mudar a história do basquete brasileiro com esse trabalho no Ceará" |
Zanon tem excelentes trabalhos no masculino e no feminino |